quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

O que são Líquens? Os indicadores de ar puro


Provavelmente você já deve ter se deparado com este organismo, seja quando se anda na mata, ou até em alguma árvore ou rocha na sua residência. Estes seres são especiais. Saiba porque....





Não imaginamos, mas os líquens são seres vivos muito complexos, pois se formam por simbiose (união de dois organismos).  A simbiose que forma os líquens ocorre entre uma alga e um fungo. Sendo o Fungo o componente dominante. 

Imagem de microscópio demonstrando a junção da alga com o fungo:


Eles se desenvolvem em diferentes substratos, desde o do nível do mar, até regiões altíssimas (Monte Everest), estando presentes em diversos locais do mundo. Os líquens se instalam em inúmeros locais, como pedras, galhos, troncos de árvores, folhas, ou até no solo. E existem líquens de diversas formas... Crostosos, escamosos, leprosos, foliosos, fruticosos e gelatinosos. Alguns servem de alimento para inúmeros animais.

Como os líquens são extremamente sensíveis a alterações ambientais. São os melhores bioindicadores conhecidos dos níveis de poluição aérea. Eles são muito sensíveis a poluição ambiental e a radiação, portanto só se desenvolvem em locais onde o ar é limpo. Assim, a presença de líquens sugere baixo índice de poluição, enquanto seu desaparecimento sugere agravamento da poluição ambiental.

E o mais sensível é o líquen vermelho. Este só se desenvolve nos locais onde a poluição não chegou ou é quase zero. Ele é muito comum nas trilhas e caminhos da Ilha de Santa Catarina, mas em locais com muitas habitações já é raro encontrá-lo.


 Líquen vermelho, se encontrá-lo tenha certeza que você estará respirando ar puro!



Outros exemplos:
Líquen crostoso:



Líquen fruticoso:




Líquen gelatinoso:


Espero que este post, faça você olhar com outros olhos para estes micro-organismos que como todo ser da natureza, deve ser preservado. Devemos vê-lo como um aliado que nos indica que respiramos ar puro, livre das impurezas criadas pelo ignorante ser humano.


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A pé na Ponte

Foto: José Cipriano.

Reabriram a velha Ponte...

E tomara que seja mesmo como disseram: só para carroças, bicicletas, gente a pé. No máximo para uma ambulância aflita, para um desesperado carro de bombeiros. Apesar de todos os enervantes apertos que acontecem ali na outra, a de concreto, que essa de ferro fique num servicinho leve, de aposentada que ainda quer mostrar sua graça, uma ponte quase de brinquedo.

Falo da Ponte e me bate - agora pra valer - uma vontade que só por comodismo nunca satisfiz: a de percorrê-la andando. Pois vou tratar disso já - abandonar meu carro e minha pressa em qualquer canto, assumir a parte que, como filho de Deus, também me cabe nesse privilegiado camarote, soltar os olhos pelas lonjuras do norte, pelas lonjuras do sul, da mansa flutuação dos Ratones ao talhe imperial do Cambirela, sem os riscos de ser esmagado por qualquer das atarantadas máquinas paras as quais normalmente se fazem as pontes.

Vejam: tantas voltas deu o tempo que chegou o dia de a Ponte ficar assim só pra gente. Ela sempre foi tão ocupada, tão profissional, tão escrava dos motores...

A Ponte e a gente... Nos ermos da minha aldeia, falava-se que na capital havia uma ponte de ferro que atravessava o mar. Como eu não conhecia o mar (sabia apenas que era uma água sem fim), imaginava a Ponte como um mágico travessão unindo o nosso mundo firme a um mundo impreciso chamado ilha. Ouvi depois vozes irônicas dizerem que ela ligava o nada a coisa alguma.

De qualquer jeito, por longo tempo vivi a impaciência de vê-la.

Já falei um dia da pena que tenho dos que nasceram à beira do mar: eles não provaram a inexprimível sensação de descobrir o mar! De minha mulher, coitadinha, a pena é dupla: ela nasceu bem diante da Ponte, cresceu vendo-a todo dia , nunca soube o que é conhecer um mito desses aos treze, catorze anos. Boquiaberto sob as inquietantes colunas, tolo diante dos portentosos elos e correntes, temeroso com a água entrevista pelo vão das tábuas - vencer a Ponte naquele primeiro dia foi como ir à África.

Vou andar a pé pela Ponte, é só uma questãozinha de organização de tempo - e é preciso que esse tempo não seja avaro, se solte em longas demoras. O olhar não pode se incomodar com a mancha dos prédios na paisagem e o supremo prazer será pegar na saída um poente cheio do mais puro ouro catarina. A pé, curtindo cada passo, com a ternura de quem não pisa mas afaga, vou cuidar de ver se amiúdo uma amizade que já vem sem tempo.

Fique a Ponte, pelos séculos que hão de vir, para os pedestres, as bicicletas, as carrocinhas que ainda andam pelo mundo espalhando a repousada beleza das coisas simples.

Crônica de: Flávio José Cardoso, Senhora do meu Desterro, 1991.





quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Filosofia é importante sim

Eu só me pergunto o que será mais prioritário do que estimular as pessoas a pensar... 


Lá estava eu, folheando alguns livros que achei em uma caixinha de doação, quando me deparo com um livrinho pequeno de crônicas, da escritora, jornalista e poetisa gaúcha Martha Medeiros. Ai penso, a autora é ótima, mas "crônicas? putz que chato!"

Pois é, mas como sou uma pessoa curiosa, aceitei o desafio de no mínimo, ler uma crônica. E o estrago estava feito, não descansei enquanto não li todas as crônicas (cerca de 100). E, durante algumas viagens de ônibus de casa para o curso e do curso para casa, devorei cada letra, palavra, parágrafo, crônica. Como um mendigo ávido de fome.

Entre tantas crônicas maravilhosas, muitas sobre relacionamentos (recomendo as mulheres), uma das que mais me chamou atenção foi sobre algo que nos faz pensar. A filosofia.

A famosa escultura "O Pensador" do francês Auguste Rodin.


Eis a crônica (publicada em 2001, por isso a menção a FHC): 

Um projeto de lei recém aprovado pela Câmara propõe a volta das diciplinas de filosofia e sociologia ao currículo do Ensino Médio. Há rumores que o presidente Fernando Henrique Cardoso não sancionará o projeto, preocupado que está com medidas mais prioritárias. Eu só me pergunto o que será mais prioritário do que estimular as pessoas a pensar. 

Caetano Veloso diz em uma de suas músicas que está provado que  só é possível filosofar em alemão. Pudera. Nossa pátria, nossa língua, é escrita e falada por pessoas educadas pela televisão, que recebem tudo editado, traduzido e mastigado. Não há dúvidas de que nossos estudantes pensam: Se o coroa vai liberar o carro para o fim de semana, se a gata vai continuar fazendo jogo duro, se esse tal de Osama Bin Laden vai melar a viagem pra Califórnia. Pensam coisas sérias também. Pensam no futuro, pensam em realizar sonhos, pensam nos seus ideais. Mas pensam estimulados pela Fernanda Lima, pelo Luciano Huck e pelo Renato Russo. Pensam estimulados até por mim, que mantenho uma significativa quantidade de jovens leitores.

É pouco. Muito pouco. É bacana ter ídolos, mas Platão e Aristóteles, esses caras sem rosto e sem idade, que nunca empunharam um microfone, têm o poder de ampliar o campo de atuação dos neurônios. Dizem que a gente só utiliza 5% do cérebro. Filosofar é a puxação de ferro que nos possibilita aumentar esse índice. 

Qualquer ideia que permita maior rendimento escolar e melhor aproveitamento da vida precisa ser recebida com tapete vermelho. Quantas coisas idiotas aprendemos na escola que não nos servem pra nada? Que utilidade há em saber o símbolo químico do alumínio, a não ser para se dar bem no Show do Milhão? Filosofia é pensamento. Mais do que isso, liberdade. Mais ainda, descoberta. Definitivamente, evolução.

Pode parecer uma matéria cacete, daquelas que convidam para uma bela matada de aula. Mas não é. Pensamento é aula prática, praticável no dia-a-dia. Preenche mentes desocupadas (ou ocupadas com bobagens) de ideias consistentes, que levam a conclusões humanistas e libertárias. Fernando Henrique, como sociólogo de profissão e filósofo de ocasião, deveria assinar embaixo de uma vez. Parece um projeto aristocrático, mas é justamente o contrário. Estimular a pensar é política popular.

Martha Medeiros, Montanha Russa - Crônicas. L&PM Pocket. 2003.

PENSE. E tire suas próprias conclusões...

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Os 500 dias em que a atual Florianópolis foi território da Espanha:


Mapa da Ilha de Santa Catarina, de 1786. Acervo do Arquivo Histórico Militar de Lisboa 

Há exatamente 239 anos. No ano de 1777 uma esquadra espanhola de 101 navios ancorava na praia de Canasvieiras com um único objetivo: tomar posse da Ilha de Santa Catarina! 


Mas o que levou a coroa espanhola a desejar a Ilha e porque não estamos hoje em um território espanhol, falando a língua dos nossos "hermanos"?


Tudo começou muitos anos antes de 1777...
A partir do inicio do século XVI, a Ilha de Santa Catarina foi se tornando muito importante, pois suas duas baias eram locais seguros para ancoragem de embarcações, as florestas do entorno ofereciam madeira para conserto dos navios e os índios que na Ilha viviam eram amistosos, facilitando o acesso dos europeus a água e comida, além destas baias serem o último porto seguro ao sul da América do Sul até chegar à entrada do Rio da Prata. Com todos estes benefícios a Ilha se tornou um ponto de parada obrigatório para as embarcações de muitas coroas europeias que tinham como destino o Rio da Prata ou estreito de Magalhães, buscando acesso ao oceano pacifico.

A Ilha de Santa Catarina, era território da coroa portuguesa conforme o Tratado de Tordesilhas que foi criado lá em 1494. Este tratado afirmava que as terras a 370 léguas a leste de Cabo Verde (arquipélago localizado no Oceano Atlântico próximo da Africa) pertenciam a Portugal. E as terras a oeste desta linha pertenciam a Espanha. Lembrando que em 1494 o Brasil ainda não havia sido encontrado pelos europeus, e não se sabia ainda onde se passava esta linha, hoje sabemos que ela ia de Belém no Pará à cidade de Laguna em Santa Catarina:


Portanto, como se pode notar pelo enorme tamanho do Brasil, Portugal não respeitou o tratado e tomou posse de uma boa parte do que era da Espanha por direito, sendo que Portugal ocupou as terras até a foz do Rio da Prata onde hoje temos o Uruguai.
Os espanhóis não se defenderam, perdendo estas terras, e com o fato de mais outros inúmeros tratados não terem sido respeitados, decidem declarar guerra contra Portugal, invadir e tomar posse da Ilha de Santa Catarina, que a tempos já era muito desejada por eles, pela sua posição estratégica e por servir de um porto natural.

Sob o comando de Don Pedro Antonio de Cevallos os espanhóis partem da Espanha em uma centena de navios com um único destino: a Ilha de Santa Catarina! Sendo essa a maior das esquadras que já havia cruzado o oceano atlântico!

A invasão:

A grandiosa esquadra chega na enseada de Canasvieiras, dia 20 de fevereiro de 1777, durante uma madrugada calma, fixam um posto de comando em um local onde chamam de Ilha dos Loros (atual Ilha do Francês). E lá elaboram uma estratégia de invasão. Dia 23 de fevereiro, decidem desembarcar na praia de São Francisco de Paula (como era chamada a praia de Canasvieiras antigamente).

Os espanhóis não encontraram nenhuma resistência por parte dos militares portugueses, que eram em um número muito inferior. Somente algumas centenas, frente aos 8.000 soldados espanhóis que desembarcaram. Vendo a quantidade de espanhóis, os portugueses literalmente fugiram para o mato! A população da Ilha naquela época era muito pequena, formada de cerca de 800 famílias de recentes imigrantes portugueses vindos das ilhas do Arquipélago dos Açores. A maioria dos habitantes fugiram para as montanhas, abandonando suas casas, plantações e pertences.

Sem nenhum empecilho o comandante Cevallos desembarcou na ilha, instalando-se na colina onde hoje temos a Igreja de São Francisco de Paula em Canasvieiras. Durante a madrugada do dia 24 decidem invadir o Forte de São José da Ponta Grossa, foram caminhando por todo o atual bairro do Jurerê que naquela época era composto por um manguezal e uma vegetação intensa e de difícil aceso. Ainda estabelecem um observatório no morro da Cachoeira, que possui uma vista de toda a entrada do norte da Ilha

Imagem com um mapa do norte da Ilha, e com os pontos onde os espanhóis se estabeleceram

Após invadir o Forte de São José da Ponta Grossa e finalmente Cevallos toma posse definitiva da Ilha de Santa Catarina hasteando a bandeira da coroa espanhola em Ponta Grossa. Algumas horas depois Cevallos invade também a Fortaleza de Santa Cruz na Ilha de Anhatomirim. Com isso os espanhóis vão se espalhando pelos arredores da Ilha de Santa Catarina, ocupando as fortalezas e as casas dos habitantes fugidos.

Grande parte dos militares portugueses fugiram para outras vilas no continente e após menos de um mês da invasão os moradores foram voltando as suas casas, e voltando a sua rotina normal, só que agora sobre a proteção do Rei da Espanha. Os militares espanhóis vão se dividindo pela Ilha, trabalhando principalmente na pesca da baleia. Alguns até se casaram e tiveram filhos com moradoras locais. (Portanto quem é nativo da ilha, talvez possa ser um dos descendentes dos espanhóis atores da invasão).

Os militares portugueses sabiam da importância do local e fizeram algumas míseras tentativas de tomar de volta a ilha, todas sem sucesso.
Até que veio um tratado que pôs fim a tudo...

O Tratado de Ildefonso:

As negociações começaram quando D. Maria I, ascendeu ao trono português. E assim foi formulado um novo tratado em que pelas suas cláusulas Portugal recebia de volta a Ilha de Santa Catarina e ficava com quase todo o atual estado do Rio Grande do Sul. Enquanto a Espanha recebia em troca Colônia do Sacramento (uma cidade as margens do Rio da Prata, colonizada por portugueses e localizada no atual Uruguai).

Artigo I Do Tratado de San Ildefonso:
            “Haverá uma paz perpétua e constante, assim por mar como terra, em qualquer parte do mundo, entre as duas nações portuguesa e espanhola” 

No dia 31 de Julho de 1778 Espanha devolve a Ilha aos portugueses. Após uma guerra sem batalhas.


Se não fosse este tratado, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul seriam hoje parte da América espanhola. O futuro desta parte da América do Sul seria totalmente diferente do atual.

Por ironia do destino Canasvieiras, o local do desembarque. Se tornou o destino predileto dos Argentinos, descendentes dos mesmos espanhóis que tanto desejaram a Ilha, comprovando o quanto estas terras são queridas pelos falantes de língua espanhola.


Praia de Canasvieiras atualmente, muitos dos seus turistas e moradores não tem ideia da importância histórica deste local. 


*Obs: esta postagem, foi feita graças a leitura de fontes sérias e historiografias de consagrados historiadores da história catarinense, apenas retirei informações com o objetivo de divulgar esta história pouco contada de modo a conscientizar os leitores sobre a importância histórica da Ilha de Santa Catarina. Peço desculpas por qualquer equivoco, ou informação pouco esclarecedora. Espero ter ajudado, e me coloco a disposição para qualquer dúvida ou acréscimo.

Fontes e Referências Bibliográficas:
http://fortalezas.org/?ct=bibliografia&id_bibliografia=1861
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Tordesilhas
MOSIMANN, J.C. Ilha de Santa Catarina: 1777-1778: a invasão espanhola. Florianópolis: Edição do autor, 2003.
PIAZZA, W.F. Santa Catarina: História da Gente. Florianópolis: Ed. Lunardelli, 2001, 5º ed. rev. e ampli.
CORREA, Carlos Humberto P. História de Florianópolis, ilustrada. Florianópolis: Ed. Insular, 2005, 3º ed.


sexta-feira, 13 de maio de 2016

Museu do Homem do Sambaqui

Aos moradores e visitantes de Florianópolis que estiverem interessados em conhecer um pouco da história pré-colonial do nosso atual estado de Santa Catarina. Sugiro visitar o Museu do Homem do Sambaqui, que se localiza dentro do Colégio Catarinense no centro de Florianópolis.


O museu começou sua atividade em 1964 sendo organizado pelo padre e arqueólogo João Alfredo Rohr. Lá há um grande acervo arqueológico, um dos maiores do Brasil, com aproximadamente 5 mil peças. Muitas peças como esqueletos encontrados em alguns sítios não estão expostos. Mas o que está exposto no museu é um material muito bem conservado e recolhido pelo padre Rohr principalmente na Ilha de Santa Catarina e interior do estado. Mas também há peças retiradas de alguns outros locais do Brasil. 

No acervo do museu temos muitos esqueletos dos povos pré históricos e indígenas 'que viveram em Santa Catarina, há objetos líticos confeccionados pelos mesmos. Um setor reservado a arte rupestre. Há ainda peças cerâmicas usadas por indígenas, animais empalhados por taxidermia, uma coleção com moedas antigas (numismática), e arte sacra com vestes usadas na liturgia católica, entre outros materiais.

 A peça mais antiga do museu é a ossada de um animal pré-histórico chamado Rincossauro datada de 190 a 225 milhões de anos atrás, encontrado em Santa Maria - RS.

Ossada no museu e em sequência a representação de como seria o animal:


Rocha retirada da Praia da Armação no Sul da Ilha de Santa Catarina, contendo Arte Rupestre:



Objeto lítico encontrado próximo a Ponte Hercílio Luz:

 Esqueletos encontrados na Praia de Laranjeiras. Foi sepultado junto a outro esqueleto menor, aparentemente pode ser pai e filho:


O setor do museu que merece um destaque é o da arqueologia, com materiais escavados no sul da ilha e em Laranjeiras (Bal. Camboriú). A partir dali você tem uma noção de como seria o modo de viver do povo que viveu na costa catarinense antes da chegada dos navegadores no século XVI. 

No litoral catarinense viveram 3 gerações de povos pré-coloniais antes da chegada dos navegadores. Os primeiros a habitar e formar grupos de habitação na costa catarinense que se tem noticia foram os Homens do Sambaqui, os construtores dos inúmeros sambaquis presentes no nosso litoral. Viveram por volta de 4.000 anos atrás. Após eles por volta do ano 1 d.c. vieram os Itararés vindos do planalto catarinense (há inúmeros esqueletos no museu destes índios). E por último veio o índio do tronco Guarani, o Carijó, que aqui estava quando os primeiros navegadores chegaram a Ilha.

Há muita informação nos painéis e textos explicativos do museu, vale a pena lê-los e entender um pouco sobre os primeiros habitantes do Brasil e Santa Catarina. O pessoal que atende no museu é super prestativo, responde as perguntas e conhece a história dos objetos do local, se torna praticamente uma visita guiada. Realmente foi uma visita marcante, é um ótimo museu.

 A visitação ao museu é gratuita abrindo somente a tarde das 13:30 as 17:30. Quando a visita é em grupo é necessário ligar para agendar.

 Localização: Colégio Catarinense, Rua Esteves Júnior, 711 - Centro
 Contato: (48) 3251-1510





sexta-feira, 8 de abril de 2016

Trilha da Lagoinha do Leste

Hoje irei falar sobre a trilha mais procurada de Florianópolis e que fica em uma área de preservação com uma mata atlântica praticamente intocada. É a trilha da Lagoinha do Leste no Sul da Ilha de Floripa.



 A trilha se inicia pelo bairro Pantano do Sul, Pela rua Manoel Pedro de Oliveira. Para quem vai de carro há estacionamento na entrada da rua, e quem vai de ônibus é só pegar do terminal do centro TICEN o ônibus TIRIO/TICEN e descer no terminal TIRIO e de lá pegar tanto o ônibus Costa de Dentro ou Pântano do Sul e pedir para descer na entrada da trilha, Pelo Pântano é o caminho mais curto de em torno de uma hora mas com uma subida de 180 metros. E se pode optar por ir pelo costão da praia do Matadeiro, ai são em torno de 2 h ou mais de trilha, Trajeto mais longo só que com uma elevação mais baixa, já com apenas 75 metros de subidas. Aconselho ir pelo pantano mesmo.

 Para quem já está na praia temos a opção de subir o morro da coroa até as pranchas que servem de mirante e que tem o visual mais top da praia. Apesar de ser uma subida bem pesada, não aconselhável em dias de sol forte e para quem não é acostumado com trilhas, o visu vale muuuito a pena. Para fazer esta trilha é só chegar no costão direito da praia e seguir a trilha do costão subindo. São em torno de mais de 200 metros de subida. Com alguns pontos de escalada, algo bem perigoso, aconselho a tomar o máximo de cuidado pois há umas pedras soltas que você pode escorregar e estragar o passeio. Dá em torno de uma hora para subir e mais uma para descer.

 Chegando ao topo você se depara com todas as formações rochosas de um vulcão que existiu ali há alguns milhares de anos.


Na praia, você pode descansar, tomar banho de mar, ou de lagoa (o que é ótimo pois a água da lagoa é quentinha). E encher as garrafas de água em algumas das bicas, é sempre bom perguntar para os surfistas onde estão. E para voltar voce pode voltar de barco com o pessoal que oferece transporte mas não sei informar se trabalham só nos finais de semana e no verão ou não.. mas uma ótima opção é voltar pela trilha do costão esquerdo que é so seguir o caminho.

Trilha do matadeiro é uma ótima opção para voltar...


Tempo de percurso indo pelo Pantano, fazendo a subida ao morro da coroa, andando toda a praia e voltando pelo Matadeiro: 7 horas.
Dificuldade: Médio, mas é bom estar bem atento, e usar calçado e roupa adequados.


Aqui neste link tenho a trilha salva em trajeto por gps para mais informações: http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=12802441

    Lagoinha do Leste, um paraíso reservado para quem ama a natureza intocada...

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Trilha Praia Brava até Cachoeira do Bom Jesus

Uma trilha fácil de se fazer e com vistas maravilhosas... 



 A trilha começa pelo mirante da Brava na Avenida do Sol e vai bem demarcada até as 2 rampas de parapente, é possível avistar ainda uma pista onde um pessoal vai fazer trilha de moto, depois a trilha fica um caminho mais estreito e ela segue até o pico da brava onde há vários pontos com vistas maravilhosas do norte da ilha. 
 Depois começa a descida mais puxada, nas bifurcações seguir sempre a trilha mais aberta até passamos por um ponto onde a um curso de água boa para beber.
 Após passar pela represa da Cachoeira do Bom Jesus (lá se pode até tomar banho), começa mais uma subida pequena aonde vai encontrar com outra trilha que é a do caminho do rei que sai no costão esquerdo da praia brava, de lá se vira a direita e após uns 500 metros em outra bifurcação virar a direita novamente para a trilha mais fechada, aonde após uns 300 metros se chega ao pico do morro da cachoeira e a pedra da paz com um visual muito top! De lá só descer reto até a servidão Francisco de Assis Teixeira (Em frente mercado Santo antônio).




Praia da Ponta das canas


Aconselhável levar água e lanche apesar de ser uma trilha curta, e tomar muito cuidado com as bifurcações, todas elas vão levar ao bairro da cachoeira do bom jesus ou ponta das canas mas a trilha mais bonita é esta. Então é preferível ir com alguém que conheça a trilha.

Tempo estimado de percurso: 2 Horas e 30 Minutos
Distância: 5 Km
Dificuldade: Moderada, com partes um pouco íngremes e escorregadias mas nada preocupante.




Trajeto pelo GPS:


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A Importância de ler Paulo Coelho

 Paulo Coelho é um escritor digamos "ignorado" no Brasil, o brasileiro tem o costume de valorizar só o que é de fora e não percebemos que temos escritores maravilhosos na nossa terra. 


 Comecei a ter vontade em ler Paulo Coelho depois de ver o filme "Não pare na pista" que conta quando ele passou pelo caminho de santiago e da sua amizade com Raul Seixas. Dei uma pesquisa e após ver tantos elogios que existe na internet sobre ele e também pelas suas frases decidi comprar um livro dele.
 O primeiro que li foi O diário de um mago, que aliás não me prendeu muito, fiquei impressionado com a sua forma de expressar os sentimentos e como ele consegue contagiar os nossos pensamentos. Neste livro há uma frase que achei interessante:  "O maior pecado de todos é o arrependimento"
                                       
 Após este, já li Maktub, O Alquimista, Na margem do Rio Piedra, O Aleph e no momento estou lendo Onze Minutos. E portanto penso que já posso ter a minha critica sobre o Paulo.

 Paulo Coelho escreve muito sobre experiencias de vida, principalmente da vida dele. Me tornei fã dos livros deste cara.

 Depois de ler seus livros, minhas perspectivas e pensamentos a respeito da vida foram mudando, em seus livros ele te faz criar cada vez mais coragem para seguir seus sonhos e desejos que no fundo da sua alma voce quer mas por causa de tantas complicações esse sonho fica lá dentro de você, guardado.

 Portanto recomento que toda pessoa que goste de ler leia Paulo Coelho, e reflita perante as frases e histórias que ele conta, são pensamentos que só fará de você uma pessoa melhor.




segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Minha ida ao Rio de Janeiro

Ir ao Rio de Janeiro, o sonho:



  Desde criança tive o sonho de conhecer o Rio de Janeiro, via aquelas imagens lindas pela televisão e ficava maravilhado com o Pão de açúcar, Cristo Redentor, Copacabana, Desfile das escolas de samba, e por ai vai... Que são apenas algumas coisas que eu acho lindo no Rio. Mas ir ao Rio parecia algo tão distante, um sonho muito difícil de alcançar, até porque minhas condições financeiras são poucas. Eu pensava: "Quem dera um dia conhecer este lugar, desfrutar destas belezas, conhecer o lugar que coloca o Brasil no mapa para o mundo inteiro, mas é só sonho, que pena."

A realização:

  Alguns anos se passaram, me tornei maior de idade, consegui juntar uma grana, e o desejo de ir ao Rio continuou, até que certo dia entro no facebook e vejo um anuncio de uma empresa de viagens,(que depois explicarei que não é empresa de viagens coisa nenhuma!). Um preço acessível,  passagens aéreas e hotel com café da manhã incluído. Pensei: "Tá na hora de realizar este sonho, eu vou ao Rio!". Mas teria que ir sozinho pois minha namorada não poderia ir, decidi convidar o Adriano um amigo meu, E ele topou!
  Então assim que ele topou, contatei o rapaz da "empresa" e peguei os dados para depositar o dinheiro. Depositei a grana, data de viagem marcada, ai eu soube que iria com um grupo de pessoas tipo viagem de excursão, até ai tudo bem, o problema foi que o dono da dita "empresa" não me deu comprovante nenhum, não foi capaz de avisar o nome do hotel, e não contratou nenhum tipo de seguro. Fiquei com a pulga atrás da orelha.

O começo da viagem

  Chega o dia, malas prontas e ansiosidade a mil, primeira viagem de avião dá aquele super frio na barriga, hehe. Chegamos no aeroporto na hora combinada e encontramos o rapaz e mais um pessoal, ao todo 10 pessoas. E todos que olharam pra mim e para o Adriano ficaram impressionados pela nossa idade, e nós, com a idade deles! Pois era um pessoal já com uma idade digamos mais "velha" que a nossa, ai falei ao Adriano: "Rapaz somos os mais novos da turma sem experiência nenhuma em viagens, mas vamos lá, vamos conhecer esse pessoal e ver no que vai dar". Embarcamos no avião, nervosismo estava grande, hehe. Sentei na janela, essa era a minha vista:

Recomendo a todos pelo menos uma vez na vida viajar de avião, é uma sensação de liberdade, de emoção muito boaaa!


  Uma hora depois desembarcamos no Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa. Entramos na van que o rapaz da "empresa" contratou e fomos ao hotel. O hotel se chamava "Pompeu" um hotel digno de roma antiga mesmo até no nome, pois era um prédio antigo reformado e com inúmeros defeitos, cada quarto tinha a sua peculiaridade, Um era menor que quarto de motel, Outro faltava azulejo no banheiro, o nosso não abria a janela, rsrs. Mas pela recepção que tivemos dos funcionários até que estes erros pelo menos para mim foram absolvidos. O hotel é localizado no centro do Rio em uma área mais histórica e com muuitas casas antigas, mas relativamente perto das áreas famosas de lá. 

  Logo na primeira noite já fomos a Lapa, lugar muito famoso no Rio pelas dezenas de barzinhos e uma vida noturna agitada. 

 Conhecemos um pouco nossos parceiros de viajem e tomamos muita cerveja (Adriano que o diga) hehe. Foi a partir do segundo dia que todos nós começamos a perceber como o nosso "guia" realmente era falso, Nós que tivemos que correr atrás dos passeios e ele foi capaz de dizer que "não estava lá para andar com ninguém pelo braço" só que pesquisando eu descobri que se uma agência vende um passeio em grupo ela tem o dever de ter um guia credenciado tanto na cidade de origem quanto na de destino!
 Mas tudo bem relevamos e começamos a decidir os lugares a visitar, tudo pela nossa conta. 

No primeiro dia: Visitamos Copacabana, Maracanã, Cristo Redentor, Marquês de Sapucai, Catedral Metropolitana, Escadaria Selaron e Pão de açúcar. Isto com nosso "guia" conosco. Mas a Dona Marilu que correu atrás de uma guia do Rio para nos apresentar a cidade em um city tour.
Surpreende o tamanho do Cristo Redentor

Segundo dia: Saímos cedo, fomos a inauguração da Praça Mauá, onde iria ser inaugurado o Museu do Amanhã, que pena que quando fomos ainda estava fechado, 
Fiquei com desejo de conhecer este museu, fica pra próxima. 

Depois fomos ao museu do Valongo, fomos ao feira hippie de Ipanema, e de tarde fomos ao Arpoador e a Copacabana. Maravilhoso passar o final de tarde em copa tomando um chopp

Arpoador, vista linda

Adriano, eu e o Léo em Copacabana


Terceiro dia: fomos no desfile de 7 de setembro na avenida presidente vargas, depois fomos a praia de botafogo, achei um restaurante muito bom lá e todos me elogiaram, obrigada pessoal :). depois a tarde eu e o Adriano somente, seguimos até o Parque Lage, Jardim Botânico, passamos pelo bairro da Gávea, fomos no Leblon e ainda caminhamos pela praia até Ipanema

Achei realmente lindo, como de muitos lugares da zona sul do rio é só olhar para cima que você vê o Cristo Redentor. Muito bem localizado


Vista pão de açúcar da praia de botafogo 

Quarto dia: fomos a Cinelândia, Biblioteca Nacional, Monumento aos mortos da segunda guerra e ao Saara fazer compras. Mais uma vez achei um restaurante ótimo e barato (me especializei nisto) hehe. Depois, á tarde foi hora de voltar ao hotel e esperar o transporte para ir ao aeroporto e voltar para casa

A volta:

 Voltando para casa já na van todos começaram a me elogiar, de que fiz um papel ótimo, pesquisando os lugares para se visitar, ajudando todo o pessoal mais velho, durante os passeios, e sendo quase um guia, o que não tivemos lá. Eu agradeço muito estas pessoas, especialmente a Divina, Marilu, Zenita e a Gi. Por todo o apoio que vocês me deram e pelos elogios. Esta viagem ao Rio fez alguns pensamentos meus se reencontrarem, aprendi a seguir mais meus instintos e de acordo com todos os conselhos pretendo ainda ser um Guia de Turismo, esse sonho cresceu dentro de mim, e acho que é a minha vocação, estou lutando para realizá-lo. 

 Ao rapaz da "empresa" que foi conosco ao Rio desejo que se especialize e tenha sucesso na sua carreira. E pondero que se você trabalha com pessoas, nunca, em momento algum as desrespeite. Durante a viagem eu presenciei momentos de desrespeito com pessoas que tem idade para serem avós, e com humildade e fazendo o certo dentro da lei você terá sucesso. Algumas pessoas que estavam conosco, caíram em área de risco de assaltos, o nosso hotel era uma área de risco, e você não quis se responsabilizar por isso. Graças a Deus e ao nosso cuidado nada de ruim aconteceu. 

 Conhecemos o lado perigoso do rio e o lado bonito, famoso. Poucas pessoas que vão ao Rio conhecem o lado perigoso, passamos por alguns momentos de angustia, como saindo do metrô ver a policia empunhando arma para vagabundos na nossa frente. Mas tudo no final deu certo, foi uma experiência que levaremos para a vida. 

 Se tudo der certo daqui algum tempo voltarei ao Rio, desejo passar um carnaval na marquês de sapucaí vendo os desfiles. Amei este lugar, e sim, apesar de tudo, violência, matança, tráfico. O Rio é uma cidade maravilhosa, povo muito acolhedor e humilde, que está sempre disposto a ajudar o turista. 

 Obrigado Rio